Gossip Games

Quando zerar não é o bastante.

Ao longo da história desta indústria que tanto nos fascina, fomos assistindo ao aparecimento de jogos que deixaram marcas profundas tanto em nós jogadores, como nos próprios produtores. Jogos como Super Mario Galaxy, com a sua jogabilidade original, ou Bioshock, em que são abordadas diversas questões filosóficas, são exemplos de sucesso que certamente irão ter direito a lugar de destaque, mesmo nos anos vindouros. Grand Theft Auto IV, é seguro considerar, não só pertence a esse grupo de elite, como ainda se destaca dentro dele como o jogo que até ao momento arrecadou os maiores elogios por parte do público, de tal forma que muitas revistas e sites não tiveram dúvidas em atribuir-lhe a pontuação máxima. Isto, ao contrário do que muita gente pensa, não significa que o jogo seja perfeito (até porque tal é um conceito impossível), apenas que os defeitos são de tal forma insignificantes que não afetam uma experiência que ninguém deve perder. No entanto, aqui se fixa um grande problema para os produtores da Rockstar: se o jogo já é assim tão “perfeito”, o que fazer para que o próximo GTA consiga tanto ou mais sucesso que GTA IV? Sam Houser, se por um feliz acaso souberes falar português e estiveres lendo isto, fica atento a estas sugestões: Pequenas alterações Lembram-se na análise, que seria demasiado mesquinho da sua parte apontar os defeitos nos pontos fracos? Ora bem, agora está na hora de eu ser o mesquinho: Porque é que sempre que marcamos encontros com os nossos amigos tem de ser para uma hora mais tarde? E quando eles nos ligam e estamos na outra ponta do mapa? Ou a fazer algo e não nos apetece ir ter com eles? Deveria haver uma maior margem, sobretudo quando fôssemos nós ligando. Possibilidade de aceder à Internet a partir do telemóvel, pelo menos ao mail. Cansa um pouco sempre que queremos ver o mail ter que ir ao café ou a casa aceder ao pc. Penso que uma função tão simples não seria assim tão complicada. Quanto a um browser propriamente dito, penso que poderia ficar-se apenas pelos cafés, pois afinal qual seria o seu propósito? Não poderiam arranjar o sistema que possibilita uma maior acessibilidade a escadas? Ou sou eu o único que sempre que tenta subir uma escada tem dificuldades em alinhar o jogador de forma a que ele a suba? Sou da opinião que um Achievement (conquista) do género do célebre “Seriously…” seria de louvar, assim cada pessoa que matávamos no jogo teria um sabor mais especial (ok, isto saiu mais sádico do que pretendia, mas vocês perceberam a ideia). Regressos Apesar de GTA IV constituir uma notável evolução relativamente a San Andreas, Vice City e GTA III, há que notar que certos aspectos deixaram saudades: Quem é que não sente saudades de pegar num Hydra, voar por cima da Area 69 e abater aviões a la Ace Combat? Apesar de sentir saudades dos aviões, admito que possa ter sido uma escolha acertada para deixar de fora em Liberty City, afinal íamos onde, se só há um aeroporto? Só se fosse aterrar na auto-estrada e causar a maior confusão… espera aí, isso até que era engraçado! Além disso, há sempre a questão delicada dos atentados, talvez a Rockstar não queira arriscar. Terei sido eu o único a gostar da variante mais RPG em San Andreas? Havia uma certa satisfação em, após correr um pouco ou nadar, ver a nossa barra de vida a aumentar. Ou então, após a desorientação inicial de conduzir um automóvel, a nossa habilidade aumentar. Melhor, até podíamos “brincar” um pouco com o nosso CJ, fazendo dele um autêntico armário ou um portador de uma barriguinha de cerveja de fazer inveja ao Zé Povinho. Por falar em aspecto, que aconteceu às tatuagens e aos cortes de cabelo? Já imaginaram o que era o Niko de Afro? Yeh… No meio de tanto prédio em Liberty City, um ricaço como Niko (no final do jogo) só é capaz de ter uma ou duas casas de jeito? Não! Nem sequer tem uma safehouse na primeira ilha… lembram-se da mansão que roubavam a Diaz em Vice City? Ora aí está algo digno de uma vedeta de GTA. Que volte a possibilidade de comprar casas. Lembram-se de, em Vice City por exemplo, haver a possibilidade de ganharmos dinheiro com os nossos próprios negócios? Porque não alargar isso um pouco mais? Era sempre uma óptima forma de ganhar dinheiro, além de que poderia ser usado como pretexto para diversas missões. Mais uma vez dentro do tópico do aspecto, não percebo porque a Rockstar retirou o sistema da roupa de San Andreas. Para além de, quando compramos, ser muito mais acessível, quando estamos mudando de roupa ainda mais se nota. Por vezes a meio do jogo damos por nós vestidos de médicos ou de homens do lixo e queremos voltar à aparência anterior e lá temos de percorrer as roupas todas até que se chegue à desejada. Há pessoas para matar, droga para traficar, não há tempo a perder com estas coisas! Agora espaço para um pequeno capricho, admito que sinto saudades das moto-4. Não há nada como dar umas cabriolas com aquele veículo… ah e já que estamos nisso, tragam também o hovercraft. Um dos aspectos que mais me desiludiu em San Andreas foi a exploração subaquática, era tudo tão… inerte. Além de que era muito pouco utilizada em missões. Agora, Rockstar, com a nova geração, está na hora de criarem um oceano cheio de cor e vida, aproveitem isso para diversas missões. Um cargueiro com 20 toneladas de coca afundou-se ao largo da cidade? Não há problema… o herói do próximo GTA vai lá recuperá-la. E já agora encontra concorrência e… assim se faz uma missão potencialmente divertida. Para terminar a lista de regressos, nada como o maior regresso de todos: zonas rurais. Não me entendam mal, eu adorei a profundidade presente em cada centímetro de Liberty City mas, deixem-me sonhar, porque não algo com a mesma profundidade, e até com o mesmo tamanho, mas com desertos, campo ou montanhas? Resultou bem em San Andreas, imaginem como será com as novas potencialidades (cough*e com uma hard drive bem grande*cough). Novidades Neve! Porque não uns cenários montanhosos repletos dessa maravilha da natureza? Até poderiam incluir umas missões de esqui ou snowboard (ok, talvez esteja a divagar, mas um pouco de neve não fazia mal a ninguém). Integração de cães, acima de tudo da brigada K-9. Poderíamos encontrar um amigo de quatro patas capaz de nos assistir em diversas missões (farejar droga, alcançar locais que a personagem não conseguia e mesmo como factor de sex-appeal). Infelizmente, a Rockstar poderá enfrentar mais uma vez as queixas do público relativo aos maus tratos dos animais. Uma das maiores atracções de GTA sempre foram aqueles momentos simplesmente memoráveis em que confundimos dois carros da polícia de forma a chocarem entre si ou então quando escapamos da polícia usando um dos vários stunt jumps e deixamos uma granada para trás e vemos os veículos policiais a rebentarem em câmara lenta enquanto escapamos em grande estilo num Super GT. Tudo isto tem um grande senão: não pode ser partilhado. Ou não podia até agora, porque estou confiante que a integração de um sistema de gravação e partilha de sequências vai estar no próximo GTA. Mas já agora, que o sistema na campanha seja semelhante a GRID e online semelhante a Halo. Por fim, um grande desejo de grande parte do público: a possibilidade de, no final do jogo, refazer qualquer missão em qualquer momento. E já que implementam isso, porque não uns leaderboards por missão? Online OK, é verdade que a implementação de jogabilidade online em GTA ocorreu pela primeira vez em Liberty City mas, mesmo assim, não teve um começo nada mau. A maioria dos modos de jogo preferidos estão lá para que todos possamos apreciar e passar umas boas horas a chacinar pessoas de todo o mundo. No entanto, há que reconhecer que existe ainda muito potencial inexplorado: Falta um modo Capture the Flag! Já agora bem ao estilo de GTA IV, podiam ser reféns, por exemplo. Cada equipe tinha que defender um grupo de reféns ao mesmo tempo que procurava arrecadar os reféns da outra equipe. Poderia haver um modo, com o mapa todo desbloqueado, cujo objectivo seria chegar a determinados pontos do mapa e fazer um negócio de narcóticos chorudo. As equipes competiam para ver quem chegava primeiro, havendo, obviamente, mortes à mistura. No final, ganharia a equipa com mais dinheiro. Simples, frenético e sangrento, think about it. Esta última sugestão reconheço que será de difícil concretização mas, mesmo assim, penso que será válida se não para o próximo GTA, para um, quiçá, da geração seguinte. Imaginem terem a possibilidade de criar o seu próprio gang online, poderiam escolher uma imagem de marca e roupas a serem usadas pelos membros (para que tivesse resultado teriam que ser pelo menos 16 membros). Depois, escolheriam quem ter na sua equipe, fossem amigos ou simplesmente pessoas com uma habilidade fora do comum. Assim, cada gang se estabelecia numa réplica do mapa da campanha e, mediante acordo com outro gang, poderia solicitar atacar ou ser atacado num determinado dia e hora (para que os gangsters não evitassem infinitamente ser atacados estabelecia-se um número mínimo de recusas antes de perderem pontos). Os encontros decorreriam sensivelmente como o atual “Turf War”, cada gang começava com metade dos territórios e, no final, a gang com mais territórios, arrecadava a vitória. O tempo de respawn seria condicionado pelo número de territórios (quanto mais territórios, menor o tempo de respawn). O gang anfitrião teria a vantagem de iniciar o jogo uns segundos antes e, com isso, poder colocar-se em posições estratégicas. Por último, haveria um ranking das melhores gangs, baseado num sistema de pontuação em que a gang atacante ganhava dois pontos em caso de vitória e perdia um em caso de derrota. A gang atacada ganhava um ponto em caso de vitória e perdia dois em caso de derrota. Desta forma, impulsionava os líderes a atacarem outras gangs. Talvez um dia, algo parecido veja a luz do dia… Enfim, acho que já me estendi bastante e mesmo assim tenho a certeza que algures aí desse lado existem outros mesquinhos como eu com muitas ideias fervilhando.

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